Como forma de encerrar o mês de março, os cursos de Psicologia e Enfermagem da Fatec Ivaiporã realizaram na quinta-feira, 28 de março, uma roda de conversa sobre “Saúde Mental da Mulher e Proteção na Sociedade”. Para debater com os alunos e público em geral foram convidados a vereadora e procuradora da mulher da Câmara de São João do Ivaí, Olívia Regina Froes; a comandante do 1ºSubgrupamento Independente do Corpo de Bombeiros de Ivaiporã, major Geovana Angeli Messias; a policial militar, soldado Amanda Karen Vital Gonçalves; a psicóloga do CRAS, Thais Naiara de Oliveira; a médica da UPA (Unidade de Pronto Atendimento de Ivaiporã), Katiane Coelho Ávila; e o delegado de Polícia Civil de Ivaiporã, Erlon Ribeiro da Silva.A coordenadora do curso de Psicologia da Fatec, Vanessa Gonçalves, informa que o evento encerra as ações realizadas durante o mês, dedicadas à conscientiza- ção sobre a violência contra a mulher. “Abrimos o mês com o início do projeto de extensão voltado à preven- ção e conscientização sobreos tipos de violência, desenvolvido em parceria com a Procuradoria da Mulher”, informa a coordenadora. O curso de Psicologia também deu início ao segundo ciclo do projeto de extensão em São João do Ivaí, do grupo reflexivo com homens autores de violência doméstica e a roda de conversa encerra as ações referentes ao mês de março. “Para os futuros profissionais de psicologia e enfermagem, esse evento é importante para que entendam como funciona o fluxo de atendimento a mulheres vítimas de violência, para quais órgãos elas devem ser encaminhadas e como proceder quando for prestar atendimento, seja no âmbito hospitalar ou clínico”, enfatiza a coordenadora docurso, Vanessa Gonçalves. A coordenadora do curso de enfermagem da Fatec, Tatiane Borzuk, salienta que a ideia do evento foi promover um desfecho para o mês de março, num ambiente mais acolhedor para as mulheres, com uma entrada diferenciada. Ela também destaca que é importante esse tipo de conversa, onde não só os estudantes, mas a população de modo geral, podem tirar dúvidas a respeito da forma como são realizados os atendimentos por parte dos órgãos de segurança da violência contra a mulher.A médica da UPA de Ivaiporã, Katiane Coelho Ávila, destaca que é frequente aparecer no pronto atendimento casos de mulheresvítimas de violência doméstica. “É mais frequente do que as pessoas imaginam e, como mulher, me coloco na mesma situação de fragilidade que elas passam e procuro dar um atendimento mais humanizado que, muitas vezes, falta nesse tipo de situação”, relata a médica. As motivações para as agressões são as mais banais possíveis e, apesar de ser vítima, muitas vezes, a mulher se sente culpada pelo que aconteceu com elas. “Acredito que este é o pior dos cenários em que a paciente se acha culpada pelo ocorrido e isso é o que mais me dói, por isso, ações como esta são importantes para conscientizar, educar e ajudar as mulheres a procurar atendimento adequado”, relata.A comandante do Corpo de Bombeiros de Ivaiporã, major Angeli, destaca que trazer esse tema à pauta é importante, pois ao mesmo tempo que a mulher tem ocupado seu espaço na sociedade, ela ainda é subjugada e vítima de violência, seja física, moral, psicológica ou sexual. “Nós vemos essa pauta, do sofrimento da mulher, ser muito abordada com o público feminino, mas é bom que trabalhar com o público masculino, que é geralmente quem agride e ofende a mulher. Este tipo de conversa e evento sempre é importante para construir novas ideias e ajudar as pessoas a acharem um consenso sobre o tema”, salienta.O delegado de Polícia Civil de Ivaiporã, Erlon Ribeiro da Silva, comenta que boa parte da demanda da delegacia envolve a questão da violência doméstica e familiar. “Participar desse tipo de evento é importante para conscientizar a sociedade e estabelecer canais de apoio, pois esse problema é muito complexo e não se resolve apenas com a ação policial ou com o diálogo; precisamos unir as forças e abordar o tema”, cita o delegado.