por Aldinei dos Passos Andreis
A Fatec e a Secretaria Municipal de Educação de Ivaiporã promovem nesta quarta-feira, 30 de abril, a abertura oficial do programa “Bullying: apague essa ideia”, com uma passeata envolvendo alunos do 4° ano da rede municipal. A caminhada será realizada em dois períodos, manhã e tarde, percorrendo as principais ruas da cidade.
Coordenado pela professora de Psicologia da Fatec de Ivaiporã, Raila dos Santos, o programa foi traçado para trabalhar a conscientização das crianças sobre o bullying, de maneira contínua. “Em 2022, fizemos a primeira reunião, porque tinha muitas demandas de situações de bullying acontecendo entre as crianças e a Secretaria de Educação nos propôs alguma ação e, em reunião, chegamos ao desenho desse projeto, que não seria uma ação pontual, mas uma sequência de atividades que aconteceriam ao longo do ano com as crianças”, explicou Raila. Segundo ela, o trabalho é voltado, principalmente, a alunos de quarto e quinto ano, onde havia maior foco de agressões de bullying.
Durante o ano letivo, as crianças participam de atividades como o “Cineminha das Emoções”, rodas de conversa e a “Caixinha dos Sentimentos”, onde relatam anonimamente situações vivenciadas. “Tem uma sequência de atividades que vai mostrando às crianças o quanto isso pode ser agressivo física e emocionalmente e também para que saibam como se defender, quais medidas tomar e a quem pedir suporte”, destacou Raila. A professora também ressalta que o programa visa a conscientizar não só as vítimas e agressores, mas também os espectadores, para que saibam agir diante de situações de bullying.
A coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Daiane Soares, reforçou a importância da parceria com a Fatec. “Para nós, é extremamente importante essa parceria; a princípio, era uma demanda específica que estava mais latente, mas com a observação de que isso seria importante para a rede, eles trouxeram a proposta e aceitamos”, afirmou. Segundo Daiane, o projeto fortaleceu o combate ao bullying nas instituições municipais. “Temos um decréscimo dessas situações na escola e os alunos aprenderam a como agir nessa situação”.
A ideia da passeata, que marca o início das atividades de 2025, surgiu a partir de relatos das próprias crianças sobre a naturalização de brincadeiras ofensivas no ambiente familiar. “Chegamos à conclusão que precisamos também orientar as famílias, porque uma vez que os alunos entendem que isso é natural dentro de casa, vão levar ao colega e, por mais que aquela família veja como uma brincadeira, talvez na escola possa ser agressivo”, explicou Raila.
Daiane Soares adiantou que este ano o projeto terá ações específicas voltadas aos familiares. “Partindo da observação de que o bullying, muitas vezes, acontece na família, mesmo sem saber que aquilo é bullying, esse ano pretendemos encaminhar muitas atividades a serem realizadas junto aos familiares”, contou. Ela acrescentou que o objetivo é envolver pais e responsáveis também no encerramento do projeto, com ações voltadas à conscientização.
Além das ações de conscientização dentro das escolas, o programa “Bullying: apague essa ideia” prevê suporte direto aos professores. “Nós fazemos tanto as reuniões como temos um grupo específico, onde os professores podem buscar suporte. Às vezes, se acontece alguma questão, eu visito a escola, converso com o professor e oriento “, relatou Raila.
Já nas unidades escolares, há a presença de agentes coordenadores preparados para agir em situações emergenciais. “Dentro de cada instituição, temos um coordenador, que também é um agente, e que é o foco, caso aconteça alguma coisa de imediato. Se necessário, ele também entra em contato com a Fatec para orientação”, concluiu Daiane.
