O curso de Direito da Fatec Ivaiporã promoveu, entre os dias 11 e 15 de agosto, a Semana Jurídica, também em comemoração ao Dia do Advogado. O evento teve como tema “Entre o Legal e o Ilegal: Novos Diálogos sobre Direito Penal”. Durante as cinco noites de palestras, diversos profissionais de diferentes áreas do Direito abordaram temas relevantes com os acadêmicos.
No primeiro dia, o advogado Murilo Meneguello Nicolau conversou com os alunos sobre a perspectiva da autorização para o uso de cannabis com fins medicinais. Na mesma noite, a médica neurologista Pilar Bueno Siqueira falou aos acadêmicos sobre a prescrição e o acompanhamento clínico da cannabis medicinal.

Na terceira noite, o professor Thopsom Cardoso apresentou a palestra “Técnicas de Entrevista, Interrogatório e Detecção de Mentiras”.
Na quinta-feira, 14 de agosto, a Fatec recebeu as promotoras de Justiça Kamila Cristina Vanelli, da Comarca de Cândido de Abreu, e Nayane Cristina Ribeiro, promotora substituta da Comarca de Pitanga. Ambas falaram sobre violência contra a mulher, com ênfase em medidas protetivas e feminicídio.

A semana foi encerrada na sexta-feira, 15 de agosto, com a palestra do advogado Jackson Willian Bahls Rodrigues, que tratou do tema “Atuação do Advogado Criminal no Tribunal do Júri”.
O diretor acadêmico da Fatec, Ronielison Ferreira, ressaltou que a principal preocupação da direção acadêmica é manter os alunos sempre atualizados e conectar a teoria à prática. “Há um cuidado e um zelo da coordenação do curso em promover a Semana Acadêmica com temas atuais, que proporcionem ao aluno a oportunidade de crescimento profissional e pedagógico”, destacou.
Acho que essa sempre é uma semana importante, que ajuda a promover o protagonismo dos acadêmicos…”,– Tainara Conte

A coordenadora do curso de Direito da Fatec, Tainara Conti Peres, destacou que o tema da semana foi sugerido pelos próprios alunos, refletindo o interesse da turma pela área penal. “Acho que essa sempre é uma semana importante, que ajuda a promover o protagonismo dos acadêmicos. Procuramos trazer pessoas de fora que possam apresentar novos aprendizados, sair da rotina de sala de aula, e mostrar diferentes temas do Direito. É uma oportunidade para os alunos se inspirarem nas trajetórias profissionais dos palestrantes que trouxemos”, afirmou.
Promotoras de Justiça falam sobre violência contra a mulher
Entre os diversos assuntos abordados durante a Semana Jurídica da Fatec, a violência contra a mulher foi tema de destaque. Para o debate, foram convidadas as promotoras de Justiça Kamila Cristina Vanelli e Nayane Cristina Ribeiro.
A promotora substituta da Comarca de Pitanga, Nayane Ribeiro, ressaltou o papel transformador dos estudantes de Direito na sociedade. “Conversar com eles sobre as dúvidas a respeito das mudanças legislativas e como funciona, na prática, a retirada da invisibilidade desses casos é fundamental. A violência doméstica é mais comum do que imaginamos, e é preciso evitar que ela seja subnotificada”, afirmou. Ela pontuou ainda que os casos de violência doméstica e familiar estão aumentando, e que, apesar do crescimento no número de denúncias, os crimes continuam acontecendo com frequência alarmante.
Já a promotora da Comarca de Cândido de Abreu, Kamila Vanelli, ressaltou que a violência doméstica é especialmente preocupante em municípios com áreas rurais extensas, como é o caso da sua comarca.
“Existe uma naturalização da violência. Temos trabalhado em várias frentes, com medidas protetivas, campanhas de conscientização e acompanhamento. As mulheres também podem procurar diretamente o Ministério Público, caso se sintam mais confortáveis do que em uma delegacia”, observou.
Uma das iniciativas citadas por ela é o Projeto Aquarela, desenvolvido em Cândido de Abreu, que oferece atendimento psicológico para vítimas de violência doméstica. “Esse é um tema que ainda exige uma abordagem ampla e contínua. É muito difícil obter resultados em curto prazo. Precisamos fazer um trabalho de formiguinha, incutindo não só na cabeça das mulheres, mas também dos homens, que não deve existir uma relação de poder e dominação. Somos todos iguais em um relacionamento afetivo”, concluiu.
